quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Os 10 sinais de câncer frequentemente ignorados
 

​​Pesquisa aponta para sintomas que podem indicar desenvolvimento de células cancerígenas

12 FEV201516h47
atualizado às 17h29


  Foto: iStock / Getty Images
Foto: iStock / Getty Images

Uma pesquisa da organização Cancer Research UK listou dez sintomas de câncer que muitas vezes são ignorados pelos cidadãos britânicos. A ONG diz que isso pode atrasar possíveis diagnósticos da doença.
Veja abaixo os sintomas e a que tipo de câncer eles podem estar relacionados:
- Tosse e rouquidão (câncer de pulmão)
- Aparição de caroços pelo corpo (dependendo da região do corpo, pode indicar câncer)
- Mudança na rotina intestinal (câncer no intestino)Alteração no hábito de urinar (câncer na bexiga)
- Perda de peso inexplicável (pode estar ligada a diversas variações da doença)
- Dor inexplicável (pode indicar vários tipos de câncer)Sangramento inexplicável (pode estar ligado a cânceres no intestino, na medula ou na vulva)
- Ferida que não cicatriza (por estar ligada a diversas variações da doença)
- Dificuldade de engolir (câncer no esôfago)
- Mudança na aparência de uma verruga (câncer de pele)
De acordo com a Cancer Research UK, muitas pessoas tendem a achar que sintomas como esses são triviais e, por isso, não procuram seus médicos.
Outro fator que motivaria os britânicos a não procurar ajuda seria o receio de "desperdiçar" o tempo dos médicos com esse tipo de suspeitas.
Os pesquisadores da entidade entrevistaram 1.700 pessoas com mais de 50 anos de idade. Mais da metade (52%) afirmou ter sentido ao menos um dos sintomas nos três meses anteriores à pesquisa.
Em um estudo qualitativo mais aprofundado, a Cancer Research UK se concentrou no caso de 50 das pessoas que tiveram os sintomas. Foi constatado que 45% delas não procuraram ajuda médica após senti-los.
Uma das pacientes relatou não ter ido fazer exames após sentir dores abdominais. "Algumas vezes eu pensei que era grave... mas depois, quando a dor melhorou, você sabe, pareceu não valer a pena investigar", disse ela.
Um homem, que percebeu mudanças na rotina na hora de urinar, disse aos pesquisadores: "Você só tem que seguir em frente. Ir muito ao médico pode ser visto como um sinal de fraqueza e podem pensar que você não é forte o suficiente para lidar com seus problemas".
A pesquisadora Katrina Whitaker, ligada à University College London, afirmou: "Muitas das pessoas que entrevistamos tinham os sintomas que dão o alerta vermelho, mas elas pensavam que os sintomas eram triviais e por isso não precisavam de assistência médica, especialmente se não sentiam dor ou se ela era intermitente."
Pacientes não procuram médicos temendo serem taxados de hipocondríacos, dizem especialistas
Segundo ela, outros disseram que não queriam criar caso ou desperdiçar recursos do sistema de saúde público. O autocontrole e o estoicismo dos britânicos contribuem para esse tipo de atitude, e a persistência dos sintomas fazem com que as pessoas passem a considerá-los normais, de acordo com a pesquisadora.
Ela disse ainda que muitos pacientes só procuraram médicos depois que tiveram contato com campanhas de conscientização ou receberam conselhos de amigos ou de familiares.
Segundo o médico Richard Roope, na dúvida, é sempre melhor procurar um médico. Ele disse que muitos desses sintomas não são causados pelo câncer - mas se forem, o rápido diagnóstico aumenta as chances do paciente no tratamento da doença.
Ele afirmou que atualmente cerca da metade dos pacientes diagnosticados conseguiriam sobreviver por mais de dez anos.
Alarme falso
Uma outra pesquisa, também financiada pela Cancer Research UK, constatou que um "alarme falso" pode desestimular os britânicos a continuarem investigando possíveis sintomas da doença.
Para essa pesquisa, a University College London analisou 19 estudos científicos pré-existentes.
A pesquisa constatou que cerca de 80% das pessoas que são submetidas a exames para checar a existência do câncer após a manifestação de sintomas descobrem que não sofrem da doença.
Esse grupo tenderia a ficar desestimulado a voltar a investigar eventuais novos sintomas. Entre as principais razões para isso, segundo a organização, estariam a falta de orientação recebida dos médicos durante os exames anteriores e o temor de ser visto como "hipocondríaco".
"Pacientes que vão a seus médicos com os sintomas obviamente ficam aliviados ao saber que não têm câncer. Mas como nosso levantamento mostra, é importante que eles não sintam uma falsa sensação de segurança e entendam que ainda devem procurar ajuda se perceberem sintomas novos ou recorrentes", afirmou Cristina Renzi, uma das pesquisadoras envolvidas no estudo.

 Tipos de câncer

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Câncer mata pelo menos 8 milhões de pessoas por ano

04/02/2015 | 16h52min

“Ao nosso alcance.” Este é o tema da campanha do Instituto Nacional do Câncer para esta quarta-feira (4), Dia Mundial do Câncer. A data é uma oportunidade de debater formas de prevenção e de tratamento, além de disseminar informações sobre uma doença que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, a cada ano.



A campanha de 2015 é dividida em quatro eixos: escolhas saudáveis, detecção precoce, tratamento para todos e aumento da qualidade de vida. A intenção é mostrar que as soluções para a doença existem e que podem estar ao alcance de todos. A principal delas é lembrar que por meio de escolhas saudáveis é possível prevenir cerca de um terço de todos os casos da doença.


Cleusa Dias já teve câncer de mama e há cinco anos é voluntária na Associação MTMamma, no Mato Grosso. A associação dá assistência às pessoas em tratamento de câncer de mama no estado e articula junto aos órgãos públicos a ampliação de tratamentos mais dignos e eficazes. Cleusa afirma que a adoção de práticas saudáveis tem feito a diferença, inclusive, nas pessoas que já foram vítimas da doença.


A União Internacional para Controle do Câncer aponta que reduzir os fatores de risco sociais e ambientais e capacitar as pessoas a fazer escolhas saudáveis são componentes essenciais para reduzir as mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis e o câncer. O compromisso é que o número de mortes por essas doenças caia 25% até 2025.


Para o nutricionista da Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do Inca, Fábio Gomes, muitas vezes não depende apenas de uma vontade pessoal, para a adoção de novos hábitos, mas também do ambiente em que a pessoa vive e das políticas públicas ofertadas.


Além de uma boa alimentação que priorize alimentos orgânicos e não industrializados e da prática de atividades físicas, a campanha do Dia Mundial do Câncer incentiva o abandono do cigarro, a redução do consumo de álcool, a manutenção do peso corporal dentro dos limites adequados e a proteção contra os raios ultravioletas.


Dados do Inca apontam que mais de 12 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas todo ano com câncer. Cerca de 8 milhões morrem. No Brasil, o INCA estima em 580 mil novos casos da doença para 2015. A previsão é que, se medidas efetivas não forem tomadas, haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030.


EBC