Para pesquisadores, cura do câncer pode vir da mandioca
CGNEWS
Paulo Fernandes
Marcelo Victor
Tumor de camundongo foi combatido com sucesso
Pesquisadores da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) descobriram que uma substância da mandioca, a linamarina, poderá ser usada no tratamento e o caminho para a cura do câncer. Ela está presente em toda a planta da mandioca, das folhas à raiz.
O futuro medicamento, que em uma previsão otimista pode estar pronto em três anos, promete ser mais eficiente e de custo muito inferior. “Será um tipo de quimioterapia menos agressiva”, prevê a professora doutora da UCDB, Marney Pascoli Cereda, que orientou a pesquisa.
Este é o resultado esperado da pesquisa que começou na década de 80 em São Paulo e que na UCDB virou uma dissertação feita sob sigilo pelo mestrando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCDB, Rondon Tosta Ramalho.
A divulgação da resultado da pesquisa, feita hoje na Lagoa da Cruz, uma fazenda escola da UCDB, em Campo Grande, tem o objetivo de chamar a atenção de grandes laboratórios para a pesquisa, que teve o resultado patenteado pela universidade.
Tumor líquido retirado de camundongos foi combatido com sucesso pela acetona cianidrina, um metabólico da liminarina, nas pesquisas in vitro. O tumor foi injetado na barriga de camundongos, e depois de nove dias retirado, para o teste in vitro. Os camundongos, em seguida, são sacrificados.
A substância matou por asfixia 100% das células cancerígenas. Já a morte de células sadias foi considerada “baixíssima”, segundo Marney. Isto porque a acetona cianidrina consegue distinguir as células cancerígenas entre as saudáveis para agir somente nas células doentes.
Com a ajuda de um microscópio e graças a aplicação de um corante, é possível verificar quais morreram (elas ficam da cor marrom) e quais continuam vivas (verde).
A vantagem em relação a outros estudos feitos pelo mundo é que neste não há o uso de agentes geneticamente modificados, que acabam restringindo o princípio ativo.
No Reino Unido e na Espanha, pesquisadores desenvolveram testes em cobaias por meio da utilização da linamarina extraída da mandioca e da linamarase excretada por células tumorais modificadas geneticamente.